+ ONE DAY.

Sempre fico no quase. Um quase tudo, quase nada, quase consegui, e quase perfeito. Hoje o dia ficou no quase e os acasos me disseram mais uma vez que não existe dia perfeito. E talvez seja verdade. Meu conceito sobre dia perfeito morreu aos quinze anos de idade, cruel assim, simples assim.
Sabe aqueles dias de sol, de tédio, de dormir? Tá, ninguém dorme com sol, só eu mesmo. Não sou vampira, sou do contra.

Ninguém está muito preocupado comigo hoje. Ao contrário de mim, que estou preocupada com todo mundo. Caiu a noite e eu percebi, que eu me preocupo, e que ninguém liga pra isso.

Também me dei conta que sou chata, sou anti-social e sim, não pareço mais sou seletiva. Não desabafo com todo mundo, faz um tempo que tenho o que falar, meu coração conversa com a minha cabeça, e ela até tenta colocar juizo nele, um band-aid, qualquer coisa, mas até agora não consegui, assim como eu também tentei conversar, mas não consegui. As palavras entalaram, talvez por uma felicidade momentânea eu esqueça e puuuuuuuf.... sai tudo da minha cabeça e eu nem lembro mais como falar, porém quando estou sozinha percebo que é quase tudo.

Não sei como terminar esse texto, comecei a escrever como um desabafo e não mais o que dizer... Meus amores padecem aos poucos, meus heróis morreram (nem todos de overdose), mas meus inimigos sumiram e eu nem sei mais por quê lutar. Nem sei o que ainda me mantém de pé. Sobrevivendo, sobrevivendo, lutando, lutando... Algumas pessoas não desistem de lutar, e isso que me mantém querendo viver. Aliás, o que é melhor, sofrer ou morrer?
Tive essa pergunta muitas vezes na cabeça, é muito triste o sofrimento alheio. Me sinto feliz ao ver a situação dos outros, e isso é egoísmo, afinal eu deveria padecer. Mas agradeço por não estar na mesma.
Querido leitor percebeste que nada que escrevo hoje faz sentido para ti. Realmente, não sei se faz sentido nem para mim. Afinal é importante fazer sentido?

Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.