Parte I
Meu pai me esperava no aeroporto, enquanto minha mãe e meu irmão vinham atrás fazendo uma cara de que "isso não vai prestar", logo que viram Jorge. Eu fiz uma cara de "eu sei" em resposta. Após os cumprimentos e o choro descontrolado do meu pai, seguimos conversando para o carro.
- Trouxe roupas o bastante, Manu? - minha mãe perguntou
- Mais do que deveria para uma semana mãe. As roupas que eu não consegui doar de Karol estão aqui, também. - eu disse, meio encabulada.
- Jorge, ajude meu pai e meu irmão com as malas, por favor. - Disse, envergonhada por ele estar de mãos vazias.
- Não tem porque, gata. Eles estão bem sozinhos, hahaahaa.
Meu pai balançou a cabeça negativamente. Igual quando eu não queria comer brócolis quando era pequena. O que vinha depois não era legal, geralmente.
Logo quando chegamos começaram as brigas. Meu pai e eu costumávamos ir a Copacabana, comer camarão e tomar refrigerante em um quiosque. Jorge gritou que jamais colocaria os pés num quiosque. Meu pai então mandou ele se foder, e depois, arrependido, olhou com uma cara de "poxa... filha..." com uma mistura de culpa e "você não vai deixar de fazer nosso programa predileto né?". Eu fiquei naqueles 5 segundos sem saber o que dizer e resolvi: vou a praia com meus pais.
Jorge saiu bufando e foi almoçar sabe-se lá onde. Após ter passado por um grande inverno na frança, o calor do RJ estava me fazendo bem. Porém eu não tinha uma roupinha de calor, e pasmem, estava 43° no Rio. Acho que eu era a única pessoa de calça jeans no Rio de Janeiro inteiro. Ali com meus pais, estava me sentindo em casa. Imaginava Karol ali com a gente, e também pensava em Jorge. Porque ele e meu pai não podiam se dar bem? Mas precisava ser forte, é obvio que meu pai estava muito pior que eu. Não fazia sentido eu me desesperar pela ausência de Karol e começar a chorar em cima do camarão.
Jorge ainda não voltou e agora são 18 hrs. Eu estou me sentindo Anne H., antes da transformação em "O diabo veste Prada". A franja enrolada, sem salto ou batom, sem perspectiva de vida ou um minimo de auto estima que toda mulher deve ter. A Karol sim, era uma fêmea graciosa: Os cabelos loiros avermelhados presos em um lindo rabo de cavalo, os lábios sempre vermelhos. Eu nem me lembro a ultima vez que usei um batom. Francamente, quem sou eu perto dela? Não tenho inveja, mais, eu seria uma perda bem menor que a perda dela. Eu sou um peso morto no mundo, provavelmente. Não aguento mais essa franja enrolada, esses lábios de Angelina Jolie anêmica (brancos e grossos). Aquela fração de segundos em que ela (Karol) atravessou antes de mim a rua e foi atingida por um ônibus era muito ingrata.
A campainha tocou. Meu pai atendeu. Balançou a cabeça negativamente: esperei pelos gritos.
- ONDE ESSE IDIOTA ACHA QUE VAI ENTRAR COM ESSA PORRA NA MÃO? - meu pai disse, histérico.
Loiro, alto e com batom no colarinho, lá estava Jorge, meu idiota. Com uma Heineken na mão (que meu pai apelidou carinhosamente de porra). Fui até a porta evitar que meu namorado fosse morto pelo meu pai.
- MANUELA, NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ DIGA ESSE VAGABUNDO NÃO DORME NA MINHA CASA HOJE.
Peguei Jorge pelo braço e levei para fora do apartamento.
-QUAL.SEU.PROBLEMA? - eu disse, nervosa.
- Nenhum gata, e o seu? - ele respondeu, bêbado, em soluços.
- Olha Jorge - dei 100$ na mão dele - Vá para um hotel. Hoje infelizmente, você não entra nem pintado de ouro.
Patético. TUDO. Provavelmente ele iria dormir com alguma carioca linda, que adoraria estar com um almofadinha bebendo Heineken e falando francês, diferente de mim, que só queria um pouco daquele Jorge carinhoso. E ela iria para cama com ele, enquanto ele elogiava como ela não parecia uma mendiga e suas sobrancelhas estavam feitas. Escutei Jorge caindo da escada. Pensei: "bebado tem sorte, não morre", e entrei. Não acredito que dei 100 reais para aquele cretino que eu chamo de namorado gastar com alguma vadia. Que ódio de mim.
Não sou de ler contos independentes net afora, mas gostei bastante deste!
ResponderExcluirVou esperar pelo resto!
***
Tem uma promoção rolando em meu blog, valendo o livro Templária, novo da Novo Século! Corre lá participar! ^^
Beijos,
Vinícius - Livros & Rabiscos
Srt! Mew (bem paulista)! Esse Jorge tem problema, né? A Manu tem que se valorizar, não é possível que ela se sinta tão peso morto assim!
ResponderExcluirEu agiria bem como o pai dela!rsrsrs!!
Qundo temos mais?? Estou gostanto bastante!!
Bjinhos
Ju
asbesteirasquemecontam.blogspot.com.br
Vou dar uma trégua e postar alguma coisa antes de por o resto. Mas lá pra sexta feira tem mais. kkkkkkk beijo.
ExcluirMuito bacana esse conto que esta escrevendo
ResponderExcluirE seu jeito de escrever é bem leve
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com.br
Está ficando bem legal, mas a personagem não se valoriza as vezes :S hehehe
ResponderExcluirboa semana
;*
dudsparrow.blogspot.com.br
Deixa as malas dele do lado de fora da porta. Diga um "se vire" e vá ser feliz. Ninguém merece, não é? Um grande abraço!
ResponderExcluirPra falar a verdade não curti muito, acho que os personagens.
ResponderExcluirEla é muito idiota, chega a dar raiva, rs. E esse Jorge, um tremendo babaca. Mas acho que é porque ainda está no início, quando começar a explicar mais as coisas, quem sabe. (:
Burnny
Adorei flor, simplesmente muito bom.
ResponderExcluirclicandolivros
Concordo com o pessoal aqui, seu jeito de escrever é leve e cativa, gostei desse conto ;)
ResponderExcluirBeijokas :*
Blog da Mylloka
Já estou odiando esse imbecil desse Jorge, e odiando mais ainda Manuela por aceitar isso calada. Desde o momento que ele rasgou a blusa dela já devia ter levado um pé na bunda. Aliás, dese que não a confortou no momento mais difícil da vida dela não merecia mais nem a consideração de um telefonema pra dizer "desculpa mas acabou". Enfim, estou adorando a história e quero muito ver o final! *-*
ResponderExcluirwww.annadecassia.com
ciúmes é uma merda completa e a pior coisa existente, não tem como ter um relacionamento com alguém ciumento. mas pô, na parte da heineken eu tô totalmente com o jorge.
ResponderExcluirOlá, vim agradecer sua visita ao meu blog...
ResponderExcluirMuito bom o conto... vamos ver o final...
Beijos
OI
ResponderExcluirQue texto ótimo!
Não acho que ela tenho feito bem em dar dinheiro para o namoraado bêbado, mas a gente sempre quer ver bem quem a gente ama não é? então, entendo a atitude dela.
Vai ter continuação né? Estou curiosa para saber onde isso tudo vai dar, e o que o namorado dela vai aprontar! rsrs'
Bjin, bjin
Nossa, que insensível esse idiota, hein? A Manuela e a família dela acabaram de perder alguém especial e tudo o que ele se preocupa é com ele? Ela tem muita paciência, eu nem ao menos teria levado esse cretino na viagem!
ResponderExcluirBeijinhos
Hipérboles
@hiperbolismos
Nossa, mas esse cara é um trouxa. Mulher nenhuma merece um homem assim e se o pai não gostou já era um sinal pra ela cair fora, ok eu sei que é um conto, mas eu entro na história hahahaha. Bjoooooooo!
ResponderExcluirAHÁ, não te disse que ia odiar o Jorge?
ResponderExcluirQue praga insensível! :(
iauhauhaiuha
E eu concordo com a Amanda ali em cima: eu nem teria levado esse cretino na viagem. Ai ai, vai saber né?
Eu já teria dado um murro. u.u
Mas eu quero logo a continuação! Sempre fico curiosa. *-* aiaiuhaiuhaiuhai
p.s.: Desculpa não ter vindo aqui antes! :( Ando estudando feito louca. Não consigo mais postar no blog direito, nem retribuir comentários, nem ir nos blogs que costumo visitar... Tempo, cadê?
Mas prometo que volto aqui sempre. ♥