terça-feira, 12 de março de 2013

Ela, Manuela X


Cauã me buscou as 19:00 horas no sábado. Nós fomos a um restaurante, não era lá muito chique, mas também não era ruim, na verdade era bastante aconchegante, bem agradável, daqueles que você não fica com vergonha de comer, mas também não passa fome porque tudo é muito gostoso. Em geral, apesar das discordâncias em relação ao cardápio e todas aquelas coisinhas bobas que eu e o Cauã costumamos brigar, ele foi super educado, e me deixou pedir o que eu quisesse, o que incluiu o sorvete de morango na sobremesa. Cauã estava extremamente bonito, bem elegante mesmo, o que me fez sentir-me até envergonhada por usar aquele velho vestido pretinho básico com um saltinho boneca, tudo muito simples.
Rolou um só beijo, que eu sei que é isso que vocês querem saber. Foi no meio da sobremesa, quando ele disse que meu vestido combinava com meus cabelos negros e que eu estava "especialmente linda". Mas não me julguem, afinal, que mulher resiste a um homem que elogia seu vestido?
Tentei ligar para o Jorge, quando pedi licença para o Cauã e fui ao banheiro. Minha esperança era que ele atendesse e a gente pudesse terminar direito, igual casais normais, mas ele não atendeu. Estava com medo ainda, porque não sou lá muito fã de trair um namorado, mas não queria trair nem um "meio-namorado" ainda mais por ele ser um possível doido psicopata. Mas era o que eu estava fazendo, e não sabia como parar. 
Chegamos no AP as 23:45, e foi uma noite maravilhosa, daquelas que você nunca esquece e quanto termina sobra vários flashs de memória, um mais lindo que o outro.
- Bom...acho que é isso. - Ele disse, sem jeito. - Boa noite. - Ele me deu um selinho e foi para o apartamento dele, que ficava no andar de cima.
Tirei os sapatos, prendi meu cabelo, e já ia me preparar para tomar um banho e deitar, quando ouvi a campainha. Meus pais não estavam em casa, como eu já havia mencionado, viajaram e meu irmão tinha me deixado um bilhete na geladeira dizendo que iria dormir com a namorada. Tentei afastar os pensamentos de que podia ser Jorge querendo me matar agora, e abri corajosa a porta.
- Cauã? o que está fazendo aqui? - Me assustei ao vê-lo novamente.
- É... achei um CD dos Beatles jogado lá em casa, na verdade, é... - Cauã parecia gaguejar entre uma palavra e outra - queria saber se a gente podia ouvir agora, quer dizer...
Puxei Cauã pelo braço e mostrei pra ele onde ficava o som. Ele continuava muito bonito, com a mesma roupa de antes, o que me fez pensar que ele nem sequer pensou em se trocar.
Sentei ao lado dele meio confusa. Não queria que rolasse nada entre a gente, mas estava tentada à aquilo. Ele colocou pra tocar "Oh, Darling", e aquilo foi um golpe muito sujo. Mas muito sujo mesmo, porque aquela é a música mais sexy do mundo, sinceramente.
- O que eu estou fazendo aqui, meu Deus. - Cauã disse olhando pra cima, parecia estar meio desnorteado, esquisito. - Você é um problemão, garota. Já vi vários caras morrendo assim, sabia?
- Assim como? Por namorados traídos?
- Sim. Basicamente. - Cauã olhou pra mim fixamente - Você é uma garota problema.
- Tenho certeza que sou. O que vamos fazer? - perguntei, colocando os pés sobre minha cama e deitando-me, me afastando da ponta e ficando o mais longe dele possível, temendo o pior. - não consigo controlar... estamos num beco sem saída, agora.
Ele me olhou, com os olhos de quem concorda, mas não respondeu. Ao invés disso, começou a me beijar, desde os pés. Ainda tentei pedir para que ele parasse, mas não saiu muita coisa, só alguns chiados, alguns cochichos. A música repetiu umas 15 vezes, assim, ao todo tempo em que passamos grudados. Não quero contar pra vocês como foi explicitamente, mas, posso dizer que lembro da mão dele no meu corpo todo, e dos beijos que do pé subiram até a boca devagar e de outras coisas mais que só de lembrar me arrepiam muito. E foi assim que passamos uma noite juntos, quer dizer, depois disso conversamos, nos beijamos um pouco mais, brigamos muito por causa do volume da tv (eu e Cauã e nossas brigas idiotas por nada) e caímos no sono. 
 Acordei no outro dia, mas Cauã não estava do meu lado. Procurei-o pela casa, porém não o encontrei. Destranquei a porta para que ele pudesse entrar sem que precisasse me acordar pra abrir a porta, imaginando que tinha ido buscar algo no seu apartamento. Voltei para a cama, pois estava nua e não dava para procura-lo lá fora, e é claro, estava com muito sono e preguiça. Ouvi barulho da porta abrindo, e passos na cozinha, em direção ao quarto. 
- Cauã? - gritei, mas ninguém respondeu. Enquanto isso os passos ficavam ainda mais fortes.

9 comentários:

  1. É, realmente há algo para acontecer.

    Beijos

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  2. Srt. Qlqr música dos Beatles já seria uma sacanagem... mas Oh Darling? Tive que colocar pra tocar enquanto lia o texto!!! Perfeito dmais! Aposto que o chatão querendo estragar tudo!! Tomara que não seja!! hauahauha

    Bjinhos
    Ju
    asbesteirasquemecontam.blogspot.com.br

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  3. OOOOOOOOOOOOOOOH!!!!!!!!
    Que rumo lindo que essa história tomou! Manuela, safadjênha! auhauhauhauhau E o Cauã... ai ai ♥

    p.s.: Oh Darling é realmente golpe baixo! auhauhauha

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  4. Que amor! *-*
    Mas putz, quem será agora? :S
    boa semana
    ;*

    www.redbehavior.com

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  5. Alguma coisa que diz que esses passos são do Jorge. Medo do que ele pode fazer com ela =x
    Beijinhos

    Hipérboles
    @hiperbolismos

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  6. Realmente tens talento, isso me lembra quando escrevia novelas antigamente.

    Beijos *-*
    clicandolivros.blogspot.com.br

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  7. Adorei, acho que o Jorge está chegando rs
    beijos

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  8. Adorei, Fiquei com medo no final, será que é jorge?
    beijos

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  9. Voltei para terminar de ler a história. Pronto, só falta ser o psicopata ...

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Não gaste teclado: SE NÃO LEU, NÃO COMENTE. Também não tente me enganar: Eu percebo quando a pessoa não leu nada. (Aliás, tem gente que não lê nem isso aqui).