quarta-feira, 13 de março de 2013

Ela, Manuela XI


Enquanto escutava os passos aumentarem, fiquei olhando ansiosa para a porta, sorrindo, enrolada nos cobertores esperando ver o sorriso familiar de Cauã na porta do meu quarto. Aquela noite anterior era um grande erro, mas tudo aconteceu tão rápido, tão rápido quanto um assalto. Não era impuro, não podia ser ruim aquilo que estávamos fazendo. Porém meu sorriso logo se transformou em seriedade, quando percebi que não era ele que estava na porta, e sim Jorge. Meu coração disparou, estava a ponto de sair pela boca. Ele ligou a luz do meu quarto e começou a gritar de prontidão, histérico
- QUEM ERA AQUELE QUE SAIU DO SEU APARTAMENTO, MANUELA?
Eu me encolhi e me enrolei ainda mais nos lençóis para não correr o risco deles caírem do meu corpo,  e quanto mais eu ia para trás, mas ele dava um passo para frente. Gritava para ele para que nós sentássemos e conversássemos  mas ele parecia não ouvir nada do que eu estava dizendo, um Jorge totalmente diferente daquele que eu um dia conheci. Achei que a situação não poderia ficar pior quando percebi que na mão de Jorge estava a faca do meu pai, uma que nós compramos em um quiosque, que ele tanto havia gostado.  Me desesperei com a cena e me encolhia ainda mais, tentei sair da cama e até cheguei a calcular a fuga para a porta do quarto, traçando uma rota em linha reta, mas vi que ele estava vindo na direção da unica saída possível. Desesperada, fiquei pensando onde estaria Cauã e porque eu burra, fui destrancar a porta.
- Calma, Jorge, nós podemos conversar
- CONVERSAR O QUE? NÃO TEM CONVERSA, QUERO SABER PORQUE ME TRAIU, AGORA.
- Eu não traí você, eu disse que queria terminar, você desligou e não me deu chance de me explicar;
- CALA A BOCA, ANDA, VOCÊ VAI FAZER O QUE EU MANDAR AGORA
- Não precisa fazer isso Jorge - comecei a chorar, de nervosa que eu estava, talvez - nós podemos resolver isso tranquilos
Continuei me afastando dele, mas é claro que não demorou muito para que ele conseguisse me agarrar pelo braço. Me jogou na cama com a maior violência do mundo, e nessa hora eu já estava gelada de medo do que ele ia fazer. 
Foi quando Cauã apareceu na porta. Jorge olhou para trás e quando viu Cauã, não pensou duas vezes, tamanho era seu ódio. Senti uma pressão enorme na perna e gritei de dor, mas consegui rolar da cama, caindo no tapete e batendo a cabeça no chão. Lembro de ter visto o tapete sujo de sangue, minha perna doía muito, tanto que eu não conseguia olhar para a cima e ver o que os dois estavam fazendo, estava muito preocupada com Cauã, mesmo sabendo que ele tinha mais força física que Jorge. Fiquei imaginando Cauã descuidando e levando uma facada de Jorge, e lembrando dele dizendo ontem a noite "vários caras morrem assim, sabia?". Lembrei dele me chamando de "morena" entre um sussurro e outro, fiquei pensando como eu tinha esquecido a dor para pensar nele e que talvez eu o amasse mesmo, pois estava morrendo de preocupação e culpa por faze-lo passar por isso, senti muita tontura, não estava enxergando nada, tudo embaçado, lutava pra permanecer acordada ou para olhar pra cima e finalmente saber o que estava acontecendo no quarto.
Mas o medo se apossou de mim e perdi a consciência, ou quase isso, pois ainda lembro de flashs de memória e alguns barulhos que identifiquei como gritos, socos, sirene de ambulância e rodinhas de uma maca de hospital.

7 comentários:

  1. Estou viciada na história Mona, amei amei *-*

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  2. Que doido de pedra esse Jorge!!! Não me conformo! Preocupada com o Cauã!! espero fique td bem!

    Bjinhos
    Ju

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  3. Esse Jorge é maluco, como pode ser tão burro
    beijos

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  4. A história está mesmo muito boa, continue escrevendo!
    Beijos

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  5. Mona, isso é maldade.
    Ok você parar a história depois de uma ~noite~ linda deles, ou depois de uma briga, ou depois de ela descobrir segredos num diário.

    Mas agora, você me diz que o Jorge maníaco psicopata estava com uma faca e chegou o Cauã e daí para bem na hora que ela só lembra de AMBULÂNCIAS, SIRENES E RODINHAS DA MACA???????

    Você tem 24 horas pra postar a continuação, ok?

    (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

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Não gaste teclado: SE NÃO LEU, NÃO COMENTE. Também não tente me enganar: Eu percebo quando a pessoa não leu nada. (Aliás, tem gente que não lê nem isso aqui).