segunda-feira, 20 de maio de 2013

Primeiros escritos de um homem - VIII



- Mas agora eu vou ter que parar de estudar e morar com meus pais - Choro descontrolado e soluços - Por favor, amorzinho, não faz isso.
- Pensasse nisso antes de sentar no colo dos seus amigos.
- A gente não teve nada amor, foi só aquela vez, juro - mais choro, mais soluço - por favor você não pode fazer isso comigo, eu não vou deixar;
- Não te amo mais Natalia. Quero um tempo pra mim também. Entenda, não é você, sou eu. - aprendi essa num filme.
- Não....... por favor; vamos pro meu apartamento e a gente conversa
- Dessa vez não vamos, Nati. Dessa vez é muito sério.
Fui interrompido pelo meu celular. O toque acabou atrapalhando a discussão e dando tempo para Natalia secar as lagrimas que para mim eram de crocodilo. Era a mãe da Natalia.
- Oi ju, tudo bom? - ela estava com uma voz de choro que me deixou preocupado.
- Oi dona Olivia. O que aconteceu?
- A Natalia está aí com você filho? o celular dela não atende.
- Está sim. Quer falar com ela?
- Acho que você é melhor pra falar essas coisas do que eu... o pai dela faleceu, filho. Ele sofreu um acidente de carro. Vocês precisam vir pra cá.
Fiquei gelado e meu coração queria sair pela boca. Se tem um cara que esse tipo de coisa aconteceria, tinha que ser eu. Os pais da Natalia moravam no interior fazia alguns anos (já mencionei isso), e aquilo foi um choque. Não amava mais a Natalia. Mas mesmo assim, peguei na sua mão e disse que ia ficar com ela. Foi uma das situações mais difíceis da minha vida, ter que mentir que queria ficar com ela pra sempre; Prometi que íamos enfrentar isso juntos.
Fomos para a casa dos pais dela, acompanhamos o velório, o enterro, mas a Natalia queria vir embora já no terceiro dia, por isso começamos a brigar (não durou muito a fase triste depressiva da Natalia). De tanto que eu e sua mãe insistimos, ela acabou ficando até a missa de sétimo dia.
Depois brigamos porque eu queria que sua mãe fosse morar com ela, afinal é muito triste viver sozinha. Mas a Natalia não queria, o que me deixou muito bravo, e eu até disse coisas como "sou eu quem paga seu aluguel, então ela vai morar lá sim". Mas quanto a isso, não teve jeito, a mãe acabou se sentindo humilhada e decidiu ficar na casa que eram dos dois mesmo.
Perguntei a Natalia se ela queria que eu passasse uns dias com ela no apartamento, mas ela disse que não. Ela parecia estar mais revoltada do que antes, com a morte do pai. Me esnobava ainda mais e pedia constantemente para que eu fosse embora, porém não cogitava terminar. Eu sabia que aquilo era uma reação um tanto quanto comum conhecendo a Natalia. Estava em casa pensando na vida após a viagem quando a Maitê me ligou.
- Como ela está?
- Há... bem. Bem revoltada, mas bem. Já tá até marcando de sair com as amigas.
- E você, como está?
- Bom... está tudo bem com a minha família né. E o tapa não está doendo mais, obrigado por perguntar.
- Não Junior. Como está você? Deve estar cansado da viagem e cheio de caraminholas na cabeça por causa das fotos. E sobre o tapa, você mereceu.
- Não, não mereci. Nem era pra tanto, doeu muito. Provavelmente ela e o cara das fotos tiveram um caso.
- Larga de ser dramático - ela soltou uma risadinha - Provavelmente. E como vocês vão ficar? Vai aceitar sei lá, de boa?
- Sabe, quando não ficávamos ainda, ela vivia chorando por causa do ex dela. Era fofa, meiga, e sofria de verdade sabe? eu sei quando ela chora sentida e quando está fingindo. O pai dela MORREU, e ela não soltou uma lágrima . Não sei o que pensar da Natalia. Está muito díficil ficar com ela, mas eu prometi! Ela não é feminina sabe? O tempo todo quer encher a cara e ir pra balada, não tem objetivo nenhum na vida e leva tudo na brincadeira. Não foi com essa mulher que eu comecei a namorar. Não consigo mais lidar com isso. O que eu faço?
- Sou péssima pra dar conselhos. - Ela me fez rir.- Só acho que agora ela talvez precise de mais apoio. Mesmo eu não conseguindo ter nenhum sentimento de pena da sua namorada folgada. - Ela riu novamente - Mas você sabe que eu vou estar aqui, para o que der e vier.
- Eu sei. - Respondi. E fomos noite adentro conversando.

11 comentários:

  1. Passando rapido para dizer que tem postagem nova ;D

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  2. Oi Srt!! Putz.... que zica, né? Isso era hora do pai da Nat. morrer?
    Que situação... ainda bem que pelo jeito a Maitê está dando um apoio...

    Bjinhos!!
    JuJu

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  3. Essa Natália é muito fria, o pai morre e ela tem essa reação, euem :O
    Beijinhos
    Facebook do blog
    conversando-com-a-lua.blogspot.com.br

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  4. Ah cara, a Natália consegue meu desprezo cada vez mais. E que foda, imagino a situação que ele ficou ao ter que enfrentar isso com a menina que possivelmente o chifrou. Mt foda.

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  5. haha, será que essa Natália é algum tipo de psicopata? Sei lá, pessoa que não sente me parece isso.

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  6. Hum...muito bom! Cada vez fica melhor essa história. Transforma em livro.
    Beijos!
    Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.

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  7. Sempre algo atrapalha, se eu fosse ele,ia embora quando ela mandasse kk
    beijos

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  8. Essa Natália já me irritou DSUSUDHUHSDSD

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  9. Uau. Acabei de ler todas as partes. Achei fantástico.
    Muito ansiosa para saber o que vai acontecer *-*
    Beijos

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  10. Poxa, que destino ingraaaaaaaaaato esse deles!

    @karlinhakv
    www.fizdecanetinha.com

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  11. Eu queeeero mais, você tem outros?
    Estou adorando ler por partes, pois não é nada obrigatório, e além do mais, eu venho aqui e já leio, dois coelhos com apenas um tiro. kkkk
    http://clicandolivros.blogspot.com.br/
    Beijos <3

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Não gaste teclado: SE NÃO LEU, NÃO COMENTE. Também não tente me enganar: Eu percebo quando a pessoa não leu nada. (Aliás, tem gente que não lê nem isso aqui).